Postando novamente depois de um longo tempo, e sinceramente estou precisando, sabe escrever me faz bem, sei que não escrevo grandes coisas e nem tenho dom para a coisa, vide minhas notas na escola, mas é como se eu desabafasse com alguém que vai me ouvir e não vai me questionar, e muito menos me julgar por pensar certas infâmias e fazê-las vezes ou outras, e mesmo tendo espaço para comentários sinto-me assim escrevendo aqui.
Ontem foi aniversário da minha tia (parabéns Tia), e eu fui visitá-la, até o momento tudo normal e o que irei dizer não é tão anormal também, mas me fez pensar. Esta minha tia ela tem dois filhos que passam por grandes problemas, um perdeu sua massa cefálica em um acidente de ônibus e o outro tem ataques, ao meu ver ele é esquizofrênico e tem síndrome do pânico, e nunca foi cuidado. Neste momento você vai estar questionando a minha tia e sinceramente até eu fazia às vezes, mas não a culpo mais, uma mulher que não teve estudo e se casou criança com um carrasco para não passar fome não pode saber muito, não sabe.
Então fiquei pensando, olhando as fotos deles quando tinham apenas 16,18 anos. Minha idade. Tão bonitos, o típico jovem que todas olham, que as tímidas abaixam a cabeça e olham por cima esperando um retorno, que as mais atiradas riem mais alto e olham sem pestanejar. Os lisos cabelos com mechas mais claras, os olhos claros, tanta vida e tanta felicidade e lindas namoradas, belos protagonistas para qualquer filme de romance, pena que começaram a viver um drama, daqueles sem fim. Hoje a beleza existe, como pode haver beleza atrás das barbas mal feitas, da pele praticamente Albina, escondidos do sol, das pessoas, mas não há mais vida nem felicidade, as namoradas nem preciso dizer. Quem poderia imaginar isso, do homem fardado com roupa da marinha que iria casar-se, do irmão mais novo que estava preste a seguir os passos do irmão. Belos homens, bons homens. Ontem meu pai foi falar com o esquizofrênico, ele teve um ataque mais cedo e estava trancado em seu quarto, eu fui junto e do fundo do meu coração não sei como consegui segurar lágrimas diante do que acontecia, ali na minha frente, ele todo quietinho, ficou tão feliz só ao ver meu pai, como se fosse a melhor coisa da vida dele, ele correu abraçou meu pai e começou a relembrar sua vida, suas idas a Arraial do Cabo, as várias praias dais quais hoje está exilado. Como pode a vida ser assim, nada do que temos hoje é certo amanhã, não apenas material, tudo até mesmo nós mesmos. Hoje eles não tem mais 16,18 anos, tem 40,42 anos,se passou uma vida, onde sofreram e sofrem com as próprias pegadinhas e obstáculos da mesma.